Concurso Praça Cairu

O projeto prevê a distinção de dois eixos: um eixo contemplativo/turístico e um eixo de circulação macro-urbana, separados por uma via subterrânea para veículos na parte posterior do Mercado Modelo, o que liberaria o espaço entre esse edifício e o mar. Eliminada a pista, a praça seria ampliada e um amplo mirante implantado. Estas ações permitiriam sair do Elevador Lacerda e caminhar até a orla da baía, passando pelos polos de atração existentes sem precisar atravessar ruas.

Este projeto obteve menção honrosa no concurso público nacional para revitalização da Praça Cairu, em Salvador, realizado em 2001. Foi elaborado pelos arquitetos Adriano Mascarenhas (Sotero), Leonardo Harth e Osvaldo Boaventura.

FICHA TÉCNICA

Ano: 2001
Localização: Comércio – Salvador/Bahia
Coord. Geográfica: 12°58’24.2″S 38°30’49.0″W (ver no google)
Status: Não Construído
Autores: Adriano Mascarenhas, Leonardo Harf, Osvaldo Boa Ventura
Imagens: Acervo Sotero Arquitetura

 

Concurso Largo Dois de Julho

A presente proposta foi elaborada para Concurso Público Nacional de intervenção urbana e arquitetônica para o Largo Dois de Julho e Adjacências em Salvador, Bahia. Lugar que concentra complexidades, contradições, dinâmicas de usos e ocupações que lhe confere identidade, desenho forte e marcante, recluso no tecido urbano da cidade.

As contradições presentes na poligonal do concurso foram evidenciadas por diferenciações perceptíveis no território: tem-se uma Praça, formada por edificações de pequeno porte, com remanescentes do século XIX, e um Largo cercado por edifícios de grande porte, construídos nas últimas décadas; tem-se uma Praça clara, ensolarada, e um Largo escuro, sombreado pelos altos edifícios; tem-se um Largo e uma Praça que não condizem com os seus significados, porque pessoas passam e carros estacionam; tem-se o dia movimentado, para os múltiplos usos, e a noite marginal, para as diversas formas de expressividade; ao mesmo tempo em que tudo se perde e se confunde, não podendo ser distinguido Praça de Largo.

Dentro da poligonal apontada pelo concurso, identificamos três áreas de análise: o Mocambinho, o Largo Dois de Julho e Praça Inocêncio Galvão, e o Belvedere, trecho encravado na falha geológica, entre a Rua Visconde de Mauá e a Av. Contorno, incluído pela nossa equipe por entendermos ser uma continuação do seu desenho natural.

O projeto de intervenção urbana e arquitetônica leva em consideração características pautadas numa análise de opostos que expressam fluidez, ritmo e continuidade entre os espaços que compõem a área. A idéia consiste na criação de uma lâmina em concreto protendido, que se apóia ora na topografia, ora em pilares de aço quando descolada do solo, de acordo com o movimento do seu desenho.

A lâmina funciona como um elemento de continuidade entre os dois espaços polarizados: a Praça e o Largo, apesar de manter esta continuidade entre os espaços, ela assume características diferenciadas ao percorrê-los. No seu percurso, ela permite a permanência das especificidades de cada pólo, assumindo um partido arquitetônico em contraposição à característica dominante com relação aos mesmos: monumental onde a escala é mais reduzida, e reduzida onde a escala é mais monumental; Na sua sutil variabilidade de planos (apoiados e suspensos) a lâmina cria uma nova forma de uso do espaço público e uma nova dimensão de percepção do lugar.

No Mocambinho, o projeto prevê o esvaziamento interno do quarteirão, recuperando uma tipologia de ocupação que remete ao modelo de distribuição espacial próprio de seu período de formação. Este grande pátio interno reforça o uso comercial no perímetro externo.

Para o Largo Dois de Julho e na Praça Inocêncio Galvão, o conflito entre carros e pedestres é solucionado com a instalação de três níveis de estacionamento subterrâneo. Assim, recupera-se os significados de Largo e Praça para o espaço público, respeitando sua dinâmica, ampliando as possibilidades de utilização dessas áreas.

No Belvedere, trecho encravado na falha geológica, entre a Rua Visconde de Mauá e a Av. Contorno, entendemos que esta área é uma extensão natural dos percursos e fendas geridos pela própria topografia, onde o transeunte é levado pelo desenho, pelo ritmo do lugar, pela fluidez das linhas até a ponta que mostra a Baía numa surpresa.

Também foram propostas intervenções no sistema viário com o bloqueio dos acessos da Rua da Forca para o Largo Dois de Julho, propondo um novo acesso que virá a ser dado através de uma adequação da passagem entre as duas maiores torres situadas numa das extremidades do Largo. Da mesma maneira, priorizando o pedestre, foi pensado a abertura da Ladeira de Santa Teresa, a mesma que deverá ser feito um tratamento na pavimentação, afim de criar um maior atrito de aderência devido à sua forte inclinação.

FICHA TÉCNICA

Ano: 2001
Localização: Dois de Julho – Salvador/Bahia
Coord. Geográfica: 12°58’53.8″S 38°30’59.0″W (ver no google)
Status: Não Construído
Autores: Adriano Mascarenhas, Thales Barnuevo e Marcus Vinícius Dias
Const. e Estrutura: Murillo Miranda
Imagens: Acervo Sotero Arquitetura